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Do abandono ao luxo: retrofit de edifício custa mais de R$85 milhões

Confira os maiores desafios e as etapas do projeto reconhecido pelo prêmio Master Imobiliário 2023.

Por Natalia Gonçalves

Do abandono ao luxo: retrofit de edifício custa mais de R$85 milhões

Foto: Divulgação


Quantas histórias já foram vividas em um único prédio? A arquitetura, para além da beleza e da funcionalidade, é sobre memória. Desde a inauguração do jornal A Tarde, no começo do século XX, o edifício presenciou a efervescência da capital baiana, o glamour dos anos 30, mas também o abandono do Centro Histórico de Salvador, e viveu a deterioração da própria estrutura. O lugar que abrigou um dos mais importantes jornais do Norte e Nordeste do país, encontrava-se com vigas carcomidas, escadarias comprometidas e infiltrações até o processo de retrofit, que foi reconhecido pelo prêmio Master Imobiliário 2023. 

Apesar da localização do edifício, dentro da área reconhecida pela Unesco como patrimônio mundial, e o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), o processo foi um desafio, pois precisava de diferentes especialistas desde o início, durante o trabalho de identificação dos problemas da estrutura. “Encontramos aqui um belíssimo trabalho arquitetônico que foi descaracterizado por anos de abandono”, lembra Eubaldo Gomes, restaurador. 

Do abandono ao luxo: retrofit de edifício custa mais de R$85 milhões

Foto: Divulgação


Mais de uma década para a finalização

O processo de retrofit é resultado da parceria entre a Prima Empreendimentos Inovadores e a rede Fasano, que encontraram a oportunidade no aumento de investimentos no Centro Histórico, no aquecimento contínuo do mercado de hotelaria na região e no volume cada vez maior do turismo de alto luxo em Salvador. De acordo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), somente no período de carnaval deste ano, a capital baiana superou a marca de um milhão de visitantes, com ocupação média de 95% da rede hoteleira.

Por mais de uma década, restauradores, arquitetos, decoradores, engenheiros e técnicos trabalharam para a execução do projeto realizado pelo Isay Weinfeld, sendo cada etapa supervisionada pelos técnicos do Ipac. O orçamento inicial de 60 milhões, com o passar dos anos e o aumento dos preços de materiais de construção e da mão de obra, foi alterado para o investimento de, aproximadamente, 85 milhões de reais.
  
As particularidades do projeto original foram preservadas. O lobby, por exemplo, teve o revestimento original das paredes e do piso fielmente reproduzidos em mármore carrara e granito verde alpe. 

Do abandono ao luxo: retrofit de edifício custa mais de R$85 milhões

Foto: Divulgação


Qual foi o processo de retrofit do edifício?

Através do diagnóstico detalhado, elaborado pelo Núcleo de Tecnologia e Preservação e Restauro, ficou evidente que o revestimento da fachada estava altamente contaminado pela proliferação de micro-organismos. Além disso, contatou-se a necessidade de recuperação estrutural em todo o acervo de elementos decorativos da área externa do antigo prédio. Neste estudo, foi destacado também que os reparos realizados ao longo dos anos foram executados com materiais não condizentes com os elementos originais, como a argamassa convencional que comprometeu o revestimento a base de pó de pedra. 

Depois, ocorreu o processo de implantação e execução: 
- Demolição e monitoramento da estrutura por extesiometria; 
- Recuperação da estrutura e reforço estrutural; 
- Escavações, fundações e contenções; 
- Estrutura, construção e instalações;
- Restaurações;
- Acabamentos;
- Mobiliário.

Desta forma, a gráfica do jornal A Tarde transformou-se em recepção, a redação deu lugar aos primeiros 70 aposentos do hotel e as linhas, assim como, os traçados característicos da arquitetura art déco foram mantidos. O hotel foi inaugurado em 2018, tendo a ocupação média sempre acima de 80%, mesmo na baixa estação, e traz em cada detalhe o glamour dos anos dourados.

Confira o antes e depois do Fasano Salvador

Do abandono ao luxo: retrofit de edifício custa mais de R$85 milhões

Foto: Divulgação


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Foto: Divulgação


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