3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Certificação para prédios hoteleiros existentes?

Conteúdo publicado em 25 de setembro de 2019

Por Aline Chagas Arneiro*

Há tempos, discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade se tornaram quase obrigatórias no setor de construção civil. Causar o menor impacto possível além de ser um diferencial, hoje é crucial para que um empreendimento saia do papel e seja sucesso.

O mundo e as pessoas buscam cada vez mais priorizar o investimento em economia energética e reciclagem, sem abrir mão da qualidade de vida e, é claro, do lucro.

Se pensarmos em um hotel como exemplo, você acredita ser possível aliar conforto à economia estando dentro das certificações de sustentabilidade existentes?

Para alguns a resposta será: Não!

No entanto, muitos hotéis dividem com os hóspedes a responsabilidade de ter um espaço sustentável e confortável e, com isso, alcançam ótimos resultados.

Isso não significa que outras medidas deixem de ser adotadas para evitar o desperdício. Gerenciamento dos resíduos, qualidade dos serviços prestados e manutenção dos sistemas também são parte fundamental desse ciclo sustentável que se forma.

A certificação Leadership in Energy and Environmental Design – Existing Buildings – Operation and Maintenance (LEED EB O&M) avalia exatamente essas questões de uso e manutenção dos edifícios aliadas ao bem-estar de seus hóspedes e colaboradores.

Mas qual o primeiro passo para ser sustentável e conquistar um selo como o LEED?

A comunicação visual nos quartos pode ser um ótimo pontapé inicial. Placas que recomendam economia de água, troca de toalha somente quando necessário, e luzes que não estão sendo usadas sejam desligadas, surtem efeito e com um custo baixíssimo. Chave em forma de cartão – que desliga toda a energia caso o hospede esqueça algo ligado – também ajuda.

Além disso, alguns hotéis já fazem reúso da água dos lavatórios, de água da chuva e utilizam metais eficientes, promovendo assim economia do precioso líquido. Há, também, a coleta seletiva, que incentiva o cliente e os funcionários a separarem os resíduos. Como se vê, opções não faltam.

Mas alguns edifícios não se preocupam em conhecer a origem de seus gastos e, sem essas informações, não há como propor soluções para resolver ou, pelo menos, minimizar o desperdício.

Nesses casos, a certificação EB O&M auxilia o empreendedor a garantir um bom desempenho do prédio por meio do monitoramento de suas despesas, otimização energética, consumo de água, uso de fontes renováveis, gestão de resíduo, o que acaba gerando economia financeira e menos agressão ao meio ambiente.

Esse é um investimento inicial que ao passar dos meses gerará retornos significativos para o empreendedor, administrador, colaborador, funcionários e hóspedes. Se cada pessoa, se cada edifício, disseminar essas boas práticas, todos podem ser reconhecidos com um selo, um certificado, mas vale lembrar que além disso, tem-se a possibilidade de contribuir positivamente para o País em termos de mudanças sociais, ambientais e econômicas, gerando inclusive lucro.

Então, por que não investir para fazer o certo desde já, visto que somados – sem práticas sustentáveis, econômicas e otimizações – os custos com a gestão mais a manutenção ao longo do tempo, podem suplantar financeiramente ao investimento que poderia ser feito para a obtenção da certificação LEED EB O&M.

*Aline Chagas Arneiro é Engenheira Civil. Tem MBA em Gestão e Engenharia pelo Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PECE/USP) e LEED-AP BD+C. Especialista em Sustentabilidade tendo participação em mais de 30 projetos de consultoria em Green Building no Brasil. Consultora de Sustentabilidade da CCS Engenharia Projetos e Execuções. [email protected]

Clique aqui para conferir o conteúdo na versão digital.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


Cassia e Brita

Mais lidas da semana

Operações

Japan House: de visita da princesa do Japão à conquista de LEED

Bruno Mattedi, supervisor de operações da instituição cultural, compartilha insights sobre desafios do dia a dia e conquista da certificação.

Operações

Quatro iniciativas da Telhanorte Tumelero para reduzir impacto ambiental

Diretora de operações gerais fala sobre programa de sustentabilidade da varejista e impacto do setor de construção no meio ambiente.

UrbanFM

Enel X introduz Zona Sul de SP no mercado de carros elétricos

Novo eletroposto vai de encontro ao crescimento do mercado de veículos sustentáveis no Brasil.

Mercado

De volta ao Brasil, Erika Porcaro retorna a Telelok

Conheça a jornada de coragem, resiliência e inovação da mãe do Noah.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Da engenharia à gestão sustentável

Acompanhe nossa conversa com Irimar Palombo sobre inovação, desafios em sua carreira, que tem contribuído para a transformação dos espaços e construção do futuro no escopo do Facility Management.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities em ambientes remotos e industriais

Uma visão abrangente sobre experiências, segurança e sustentabilidade nas operações de grandes empresas.

Revista InfraFM

O escritório como espaço acústico para atender ao modelo híbrido de trabalho.

Artigo da Arqta. Dra. Claudia Andrade e do Eng. Acústico Bruno Amabile.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities e a ciência por trás dos data centers

A ciência por trás dos data centers, artigo de Henrique Bissochi e Edmar Cioletti, ambos da Tools Digital Services, uma empresa do Grupo Santander.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP