Edifícios que vendem

Especialista em ESG e gestão de negócios traz insights sobre o efeito do bem-estar dos ambientes na produtividade dos habitantes.

Por Roldo Goi Junior, executivo experiente em Gestão de Negócios e ESG

Edifícios que vendem

Já é difundida a ideia de que a arquitetura atua diretamente em nosso bem-estar. A frase mais comum é aquela de que nos sentimos bem, acolhidos, aconchegados, ou não, sem saber por quê. É o efeito do ambiente em que estamos. É claro que muitas vezes temos emoções internas que nos dominam, mas, na maioria das vezes, estamos em paz e desatentos sobre de onde vem a sensação. Só que essa ideia foca nos ambientes domésticos, nossos lares.

Como em tudo relativo a pessoas, ainda há um grande contingente que acredita que lugar de ser feliz é em casa. Recebi esse feedback de um executivo gaúcho quando escrevi no Estadão sobre felicidade relacionada a produtividade e qualidade.

Por esse motivo, não é comum que, ao implantar empresas, principalmente industriais, se pense em edifícios que signifiquem um ambiente que abre portas por si só, apenas por existir, e tenha o mérito de passar uma mensagem de clareza, qualidade, funcionalidade. Esse efeito tem muita credibilidade, porque é invocado no íntimo das percepções dos visitantes e não tem interferência de uma fala vendedora de seu anfitrião, seja quem for.

Mas, felizmente, há muitos empresários pensando assim, e muitos arquitetos e empresas de construção e design fazendo assim. São templos de inteligência e sensibilidade. Ao planejar o envolvimento do cliente-alvo, não o fazem com o espírito de envolvê-lo artificialmente, mas de respeitá-lo como alguém capaz de receber e processar a mensagem do edifício e das instalações.

Sou testemunha desses impactos, por ter dirigido projetos, incluindo localização, acesso, estilo geral, divisão interna, pontos de exposição, conceitos, paisagismo, movimentação interna, materiais utilizados, cores utilizadas, sempre na companhia de esplêndidos arquitetos, e para empresários de visão e nobreza.

Conseguimos não apenas o impacto de conquista visceral de clientes, mas um efeito que víamos inicialmente como secundário, de Endomarketing, que aprendemos ser principal também. As pessoas que vivem nesses edifícios são inspiradas a dar o melhor de si, como se desejassem se nivelar à mensagem do edifício.

Edifícios que vendem

Foto: Divulgação

Uma conspiração de Excelência.

É evidente que esses edifícios abrem portas, predispõem à compra, mas essas portas têm molas. Elas se fecham lentamente, se o timing for perdido. E ele será certamente perdido, se não houver produto e serviço a oferecer, que consagrem a mensagem passada. E um relacionamento com o cliente, que faça a manutenção emocional dessa fidelidade. Felizmente, de modo geral, quem pensa em um edifício assim também pensou antes na excelência do que tem para entregar.

Edifícios vendedores não têm que ter um custo excepcionalmente alto. É mito. O que causa impacto é a inteligência de combinação de espaços, iluminação, ventilação e a escolha dos materiais e cores, junto à valorização dos elementos naturais.

Naqueles em que atuei, o custo se elevou em até 4% contra a solução caixote, mais comum. Esse custo foi apurado por análise detalhada, focando diretamente nos custos da obra contra o custo médio do mercado.

Se estiver planejando construir, pense nisso e arrisque ir mais fundo nessa possibilidade. É algo que vai durar muito e reduzir à metade o esforço complementar de vender.



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