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Segundo especialistas, limpar é também cuidar, proteger e transformar

Abralimp destaca como higienização técnica, humanização e métricas de desempenho formam o tripé que está elevando o padrão da limpeza no país.

Por Léa Lobo


Foto: Canva.com/Natali_Mis



A higienização profissional vive um momento de ruptura positiva no Brasil, impulsionada por três movimentos simultâneos: o avanço da gestão hospitalar sobre a qualidade da limpeza, a integração crescente da higienização às metas ESG das empresas e a consolidação dos SLAs (Service Level Agreements) como principal ferramenta de gestão, transparência e profissionalização. Esses pilares reposicionam a limpeza como infraestrutura crítica, uma área que impacta segurança, saúde, reputação, experiência do usuário e continuidade de negócios.

No ambiente hospitalar, a relação entre gestão, técnica de limpeza e bem-estar do paciente tornou-se incontornável. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a higienização adequada pode reduzir em até 30% o risco de infecções hospitalares, que vitimam cerca de 45 mil brasileiros por ano, conforme dados da Associação Médica Brasileira (AMB). Essa efetividade depende de fatores como padronização de protocolos, organização dos fluxos de trabalho, capacitação contínua das equipes e adoção de tecnologias apropriadas. A Abralimp destaca que a humanização dentro das equipes de limpeza é indispensável: cada superfície higienizada representa uma barreira silenciosa contra riscos biológicos e operacionais, tornando a limpeza parte do ecossistema de segurança hospitalar e não apenas um ato técnico.

A discussão sobre experiência do paciente reforça essa visão. A percepção de qualidade em um hospital começa antes da consulta e a limpeza é um dos primeiros indicadores de confiança. O especialista Marcelo Boeger, referência em hotelaria hospitalar e facilities, enfatiza que a higienização não é apenas uma rotina: é parte da jornada do paciente. Ele diferencia a qualidade técnica, baseada em protocolos e produtos certificados, da qualidade percebida, responsável por transmitir segurança e acolhimento. “Um ambiente limpo e bem cuidado gera percepções físicas e emocionais positivas, impactando diretamente na recuperação do paciente”, afirma. Para Boeger, falhas na qualidade percebida, como odor ou desorganização, podem gerar perda de credibilidade e até reinternações. Após a pandemia, a presença visível das equipes se tornou sinônimo de segurança, exigindo liderança humanizada e investimentos constantes em capacitação.

Esse olhar também dialoga com as demandas ESG. A limpeza profissional, muitas vezes associada apenas à operação, é hoje reconhecida como agente de transformação ambiental, social e cultural dentro das empresas. Elaine Santana, gerente de Responsabilidade Social e Direitos Humanos da Braskem, enfatiza que sustentabilidade é cultura e não uma prática isolada. “Uma empresa só é realmente sustentável quando esse olhar faz parte do seu jeito de ser. Se a sustentabilidade não é vivida internamente, o agente de limpeza não vai agir de forma alinhada”, destaca. Ela reforça que pequenas mudanças operacionais podem gerar impactos expressivos, como a revisão de rotinas para reduzir o uso de água e químicos ou a adoção de veículos elétricos para corte de emissões. O cenário acompanha a tendência apontada pela pesquisa Panorama Sustentabilidade 2025, da Amcham Brasil: 72% das empresas brasileiras já integram sustentabilidade às estratégias de negócio, frente a 26% em 2023.

A complementaridade entre gestão, ESG e qualidade técnica se intensifica com o avanço dos SLAs, que ganham protagonismo como instrumento de confiabilidade, padronização e melhoria contínua. Para o especialista Michel Pipolo, Diretor de Segurança do Grupo GPS, o SLA é um ciclo estruturado que envolve processo, objetivo, indicador, medição e resultado esperado — um mapa que orienta equipes e evita subjetividades. Ele destaca que o primeiro desafio é equilibrar desejo do cliente e realidade operacional. “O primeiro erro que encontramos no SLA é quando o desejo e a realidade estão muito distantes. É preciso partir da realidade e mostrar como construir o desejo”, afirma. Pipolo reforça que relatórios claros, menos burocráticos e tecnicamente mensuráveis reduzem mal-entendidos e fortalecem a relação entre contratado e contratante. “O SLA é, por essência, uma ferramenta de melhoria contínua. Ele precisa ter objetividade. Não pode haver subjetividade”, completa.

Essas convergências (saúde, sustentabilidade e gestão) reforçam o papel estratégico da Abralimp no processo de profissionalização do setor. A entidade atua como ponte entre empresas, especialistas e profissionais da limpeza, promovendo capacitação, disseminando boas práticas e fortalecendo o entendimento de que higienização é componente fundamental da segurança, da saúde pública e da eficiência operacional. 

​A limpeza profissional deixa, definitivamente, de ser vista como atividade de apoio. Torna-se estratégia. Torna-se gestão. Torna-se cultura. Seja no hospital, no escritório ou na indústria, a higienização técnica e humanizada impacta indicadores de saúde, produtividade, sustentabilidade, reputação e experiência, áreas que compõem o coração da operação. À medida que gestão hospitalar, práticas ESG e SLAs avançam, o setor inicia uma nova era: mais técnica, mais integrada, mais valorizada. Uma era em que limpar é também cuidar, proteger e transformar.


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