3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Na era da transformação digital

Campus de Medicina recém-inaugurado pela Universidade Anhembi Morumbi em São José dos Campos traz laboratórios de alta tecnologia com ambiente tridimensional, robôs e equipamentos de realidade virtual em instalações que prezam pela fácil manutenção e reposição

Por Érica Marcondes

Você já parou para pensar na influência da infraestrutura escolar no aprendizado? É verdade que uma estratégia pedagógica bem fundamentada, com todos os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, é essencial para o sucesso do negócio, mas os componentes relacionados à gestão física das instalações também têm um peso importante nessa equação. Quer ver?

Uma pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aponta que a insatisfação com a estrutura pode estar relacionada, inclusive, com a ausência do aluno, o que pode levar, consequentemente, ao abandono, à evasão escolar e à reprovação.

Veja ainda esses dados da ISSA (The Worldwide Cleaning Industry Association  – Associação Mundial da Indústria da Limpeza), divulgados pela RL Higiene, sobre como a saúde afeta a sua escola: as gripes causam nos Estados Unidos 38 milhões de dias escolares perdidos por ano; alunos do ensino fundamental, 4,5 dias em média, enquanto professores, 5,3. Assim como resfriados, conjuntivites e viroses, são doenças contagiosas transmitidas quando as pessoas têm contato com superfícies como bebedouros, mesas, maçanetas, carteiras e armários, e tocam em seguida os olhos, o nariz ou a boca.

Agora, some ao cuidado de limpar, outros quesitos igualmente importantes como gestão de resíduos; manutenção e reformas; ar condicionado; arquitetura eficiente, acolhedora e estimulante; mobiliário; uniformes; alimentação; frota de ônibus rastreada por satélite; segurança e até mesmo aquisições imobiliárias (locação ou compra) a fim de ampliar o negócio. Ou seja: transformar os milhares de metros quadrados em ambientes de aprendizagem efetiva, onde há uma circulação diária de centenas de alunos, muitas vezes em três turnos, necessita de uma gestão especializada em Facilities Management.

Campus repleto de tecnologia

Um exemplo concreto da aplicação de investimentos centralizados nessas três frentes: contratação de pessoas capacitadas, infraestrutura e tecnologia inovadora pode ser visto na Universidade Anhembi Morumbi, em São José dos Campos. Integrante da rede internacional de universidades Laureate, a maior do mundo, totalizando mais de um milhão de alunos, a instituição de ensino inaugurou em agosto o seu primeiro campus na cidade, com uma turma de Medicina formada por cem estudantes.

A implantação de uma nova unidade é uma das muitas responsabilidades da Diretoria Nacional de Real Estate & Facilities, comandada por João De Lucca Souza. Com mais de 27 anos de experiência em Gestão de Obras e Projetos, Real Estate, Manutenção Predial, Facilities e Segurança – carreira construída em empresas como TNT, Grupo NotreDame Intermédica e Grupo Fleury –, o executivo tem sob a sua gestão uma estrutura robusta que abrange mais de 400 contratos nacionais e mais de 1.700 terceiros para suportar a operação de 145 prédios em oito estados do País. Isso envolve as 12 instituições de ensino superior que fazem parte da rede Laureate Brasil: BSP – Business School São Paulo; CEDEPE Business School; Complexo Educacional FMU; Centro Universitário do Norte (UniNorte); Centro Universitário IBMR; Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter); Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS); Faculdade dos Guararapes (FG); Faculdade Internacional da Paraíba (FPB); Universidade Anhembi Morumbi; Universidade Potiguar (UnP); e Universidade Salvador (UNIFACS).

“Minha vinda para o Grupo há três anos e meio foi motivada, sim, pelos desafios e oportunidades que a instituição oferece por conta da sua importância, abrangência e planos de expansão. Mas o fato de trabalharmos com o propósito da Educação é igualmente estimulante e enriquecedor”, comemora ele.

A edificação está instalada em terreno de 5.300 m2 (com possibilidades de expansão) e conta com 8.300 m2 de área construída distribuídos em três andares, fruto de um contrato na modalidade built to suit. Finalizada em menos de 18 meses, a estrutura foi pensada para oferecer conforto, eficiência, estímulo ao aprendizado e facilidades no dia a dia da operação de FM. Optou-se pelo uso de acabamentos fáceis de limpar e repor, a exemplo do piso que facilita a manutenção, além de carteiras funcionais, duráveis e ergonômicas. A iluminação 100% LED, o vidro, os brises e uma claraboia central que privilegia a entrada de luz natural ainda favorecem o quesito sustentabilidade. Somente as paredes externas são de alvenaria. No interior, o layout flexível fica por conta das paredes em drywall que permitem rápidas mudanças de configuração. Sem falar na acessibilidade e nas áreas de estudo com mobiliário descontraído, confortável e com propriedades acústicas.

Para que tudo funcione conforme o protocolo, a área de Real Estate & Facilities divide-se nas Regionais Norte/Nordeste e Sul/Sudeste, cada uma com seu respectivo head, que contam com o suporte importante de quatro verticais nacionais para a operação. São elas: Expansão e Obras, Projetos e Regulatórios, Planejamento Capex e Opex, e Compras Locais. Embaixo disso, cada instituição tem um líder – coordenador ou gerente – para os serviços efetivos de gestão de facilities, como limpeza (um dos fatores mais críticos por conta do alto volume de pessoas), manutenção predial, controle de pragas e até mesmo manutenção de equipamentos acadêmicos, onde entram manequins simuladores de pacientes de alta fidelidade, que podem chegar a custar 78 mil dólares. (confira os detalhes na pág. 13).

“No rollout de reestruturação procedimental da área, prevemos até dezembro finalizar a implantação do software de gestão de ativos para todas as nossas unidades e marcas pelo Brasil. Significa maior controle de abertura de ordens de serviços, de manutenções preventivas e corretivas, ou seja, mais confiabilidade e controle gerencial, com possibilidade de visualização personalizada por prédio”, explica De Lucca.

Tecnologia e metodologia ativa

O ensino da Medicina na Anhembi Morumbi é focado na formação prática do profissional generalista, baseado no uso da simulação para o desenvolvimento de competências e habilidades clínicas. Para suportar esse aprendizado, a instituição oferece moderna infraestrutura, composta por laboratórios de alta tecnologia com ambiente tridimensional, robôs e equipamentos de realidade virtual, bem como um Centro de Simulação em Saúde, que simula toda a rotina de um hospital, com seus leitos e monitores para visualização das condições do paciente.

O maior destaque é o SimMan 3G, um manequim wireless para a simulação de práticas da área. O equipamento é um robô, cujas características correspondem a um homem de 65 quilos e 1,70 metro. Seu software é rodado em plataforma Windows Vista. A tecnologia wireless oferece mobilidade, o que permite simular situações no ambiente externo, como emergências médicas, treinar em ambulâncias, dentro de veículos, em espaços abertos ou fechados.

O quesito imprevisibilidade também é contemplado pelo SimMan 3G. Vários softwares do simulador criam situações e complicações médicas que podem ocorrer em um ser humano. A inteligência do sistema reconhece a ocorrência de práticas erradas, ajustes e acertos durante os exercícios de simulação. Por exemplo: se uma agulha é colocada de forma errada ou forte demais, o software reconhece e registra isso como uma manobra incorreta, sendo possível a visualização do erro, neste caso, caracterizado por hematomas e sangramento. Além disso, o boneco é programado para simular várias reações humanas, entre elas choro, convulsões, transpiração e alteração das pupilas.

Segundo a Universidade, é extremamente útil, pois permite aos alunos realizarem os procedimentos em um “paciente” quantas vezes forem necessárias, até que atinjam proficiência, antes de realizarem as atividades em seres humanos.

“Neste ano, completamos 48 anos de existência e essas duas unidades da Anhembi Morumbi simbolizam o nosso plano de expansão fora da capital paulista. Começar aqui e em Piracicaba com um curso de Medicina com certeza traz ainda mais prestígio, porém lembrando que a nossa intenção é implementar uma escola de saúde completa, com o padrão internacional e inovador de ensino característico da Universidade. Esse é o nosso propósito para o interior e para o Brasil”, destaca Eduardo Mendonça, Presidente da Universidade Anhembi Morumbi.

Em julho, a Anhembi Morumbi inaugurou um campus similar ao de São José dos Campos na cidade de Piracicaba, também voltado à graduação de Medicina.

Centro de treinamento e simulação

Sua estrutura é composta por:

• Cinco consultórios para simulação de realidades hospitalares com vidro unidirecional e áudio, nos quais os estudantes realizam simulações das atividades profissionais, enquanto os professores analisam o desempenho sem interferências, em uma antessala separada. Suas atuações podem, inclusive, ser gravadas para discussão posterior em grupo;

• Duas salas avançadas de simulação com robôs (dois adultos e um bebê) de última geração, que simulam reações complexas do corpo humano, monitoradas com câmeras, áudio e vidro unidirecional;

• Centro de Simulação em Saúde, com oito leitos para simular a rotina profissional e o atendimento fictício de robôs adultos, gestantes, crianças e bebês;

• Sala de Habilidades Específicas para estudos de fisiologia e avaliações nutricionais;

• Auditório com capacidade para 62 alunos;

• Sala de Debriefing, na qual professores e alunos revisam as simulações realizadas e avaliam o desempenho em conjunto.

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