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Global Summit traz lideranças internacionais do setor de higiene

Uma reflexão sobre o Futuro das Cadeias de Suprimentos e Parcerias Estratégicas.

Por Léa Lobo

Global Summit traz lideranças internacionais do setor de higiene

Foto: Divulgação | Rodrigo Senday, Alan Tomblin, João Fial, Carlos Benatto e José Del Pino

Nos dias 20 e 21 de maio, o Brasil foi palco do primeiro Global Summit, evento que reuniu as principais lideranças internacionais da aliança global formada por Allia, Inpacs e Network. O painel de encerramento, mediado por Rodrigo Senday, Diretor Executivo da RL Higiene, contou com a participação de Alan Tomblin, CEO da Network; José Del Pino, CEO da Inpacs; Carlos Benatto, Presidente da Fibertex America; e João Fial, Diretor Geral da Christeyns na Europa.

Durante o encontro, foram discutidos os principais desafios e estratégias para o fortalecimento das cadeias globais de suprimentos, além da importância das alianças estratégicas no setor de soluções para higiene e limpeza. Acompanhe os principais insights do encontro:

Da vulnerabilidade à resiliência das cadeias de suprimentos - Os últimos anos evidenciaram a crescente vulnerabilidade e interdependência das cadeias globais de suprimentos. A volatilidade, antes exceção, tornou-se a norma. Eventos como a guerra comercial entre EUA e China, a pandemia de Covid-19, o bloqueio no Canal de Suez, a guerra na Ucrânia e a crise no Mar Vermelho, entre tantas outras contigências, provocaram rupturas e obrigaram o setor a repensar suas estratégias. Nesse contexto, os líderes ressaltaram a necessidade urgente de redes mais resilientes, capazes de lidar com um ambiente de negócios cada vez mais complexo e instável.

Alianças estratégicas com um caminho para a competitividade - A construção de parcerias globais foi destacada como fundamental para aumentar a resiliência e a competitividade. A colaboração entre distribuidores e fabricantes permite oferecer soluções com maior eficiência, flexibilidade e redução de custos, além de ampliar a capacidade de adaptação frente às disrupções. O conhecimento profundo das necessidades dos clientes foi apontado como peça-chave para entregar valor de forma consistente, consolidando a importância das alianças como diferencial competitivo.

Globalização com identidade local nos modelos de atuação - As organizações presentes reforçaram um modelo de operação global, mas com raízes locais sólidas. As redes independentes, muitas vezes familiares, sustentam uma tradição de flexibilidade e personalização das soluções para atender às especificidades regionais.

Esse modelo híbrido, que combina escala internacional com sensibilidade local, foi apontado como essencial para manter a eficiência e a qualidade em mercados diversos.

Flexibilidade e customização como fatores-chave para o sucesso - Cada mercado possui características únicas, exigindo ajustes contínuos nos portfólios e nas soluções oferecidas. A plataforma tecnológica global serve como base, mas o desenvolvimento de produtos é orientado por insights regionais. Exemplo emblemático citado foi a criação de uma linha própria para um distribuidor específico, ajustada às demandas do mercado institucional — reforçando que a abordagem global precisa ser acompanhada de uma atuação local flexível.

Gestão global e sua complexidade e integração - Gerenciar cadeias globais exige lidar com múltiplos elos — químicos, acessórios, equipamentos — e com variáveis cambiais, culturais e regulatórias. O atendimento a clientes internacionais depende de processos integrados, padrões de qualidade unificados e respeito às especificidades locais. A gestão eficiente dessas cadeias complexas foi destacada como essencial para garantir competitividade e sustentabilidade.

Satisfação do cliente como foco central - Todos os painelistas convergiram na visão de que a satisfação do cliente final é o principal objetivo. As parcerias colaborativas garantem que produtos e serviços cheguem ao consumidor com qualidade e valor agregado, alinhando-se às necessidades específicas de cada mercado. A sustentabilidade das relações passa, necessariamente, pelo alinhamento estratégico entre fabricantes, distribuidores e clientes.

Lições da Pandemia - A pandemia de Covid-19 escancarou a necessidade de sofisticação na gestão das cadeias de suprimentos. A priorização de produtos essenciais para hospitais e setores críticos, a reconfiguração ágil das linhas de produção e a adoção de múltiplas fontes de insumos foram práticas que se mostraram indispensáveis para a continuidade dos negócios. Essas experiências reforçaram a importância da flexibilidade e da comunicação constante entre todos os elos da cadeia.

M2M, e a força da colaboração entre membros - O modelo M2M (Member-to-Member) foi apresentado como um mecanismo estratégico para disseminar conhecimento e acesso a portfólios entre membros da rede, promovendo a adoção rápida de novos produtos e soluções. Membros com expertise em nichos específicos funcionam como hubs, ampliando a capacidade de atendimento a clientes internacionais e fortalecendo a rede como um todo.

Os pilares do futuro - O painel reforçou que as alianças globais são o caminho mais rápido e eficaz para levar inovações ao mercado, seja para grandes clientes internacionais ou mercados locais. A colaboração intensa, aliada à comunicação aberta e à flexibilidade, é indispensável para transformar desafios em oportunidades. A força da rede está em garantir que, mesmo diante de crises ou interrupções, o cliente final continue recebendo produtos e serviços com excelência.

Na visão da InfraFM, o Global Summit ocorrido em São Paulo, promovido pela aliança global e que teve a Allia como anfitriã foi um marco para o setor de soluções para higiene e limpeza, evidenciando que, em um mundo de cadeias complexas e desafios globais, a cooperação estratégica e o foco no cliente são os grandes diferenciais para quem deseja liderar. O próximo encontro ocorrerá no México em 2026. E para celebrar o evento, o encerramento ficou por conta de Fenton Jagdeo com o tema sobre inovação.

Global Summit traz lideranças internacionais do setor de higiene

Foto: Divulgação

Como Inovar, segundo Fenton Jagdco

Fenton Jagdeo apresentou uma visão poderosa e prática sobre como a inovação deve ser encarada e implementada nas organizações. Sua tese central é que inovar não é um luxo, mas uma necessidade estratégica para garantir a sobrevivência e a relevância nos próximos anos.

1. A urgência da inovação - O mundo está em constante mudança — crises climáticas, avanços tecnológicos e novos comportamentos de consumo criam uma "plataforma em chamas", obrigando empresas a agir rapidamente ou correr o risco de se tornarem irrelevantes, como aconteceu com a Nokia. Inovar é decidir sobreviver.

2. Inovação como modelo de negócio, não só como produto - Fenton defende que inovação vai além de criar produtos. Trata-se de transformar modelos de negócio, criando: Novos mercados, Novos produtos e ativos; e Novos fluxos de receita. Exemplos: logística reversa, marketplaces próprios, manutenção preditiva via IoT e tokens de fidelidade baseados em blockchain. O foco é criar jeitos de gerar e capturar valor para os clientes.

3. Estrutura, não só cultura - Ao contrário da visão romântica de que basta ter "cultura inovadora", Fenton reforça que a inovação exige sistemas estruturados, com: Orçamento dedicado, Equipes e liderança específicas (Chief Innovation Officers, por exemplo), Parcerias externas para acelerar o desenvolvimento, Capacidades internas de testar e escalar ideias; e Sem estrutura, inovação não acontece.

4. Incentivos que promovem ação - Fenton sugere atrelar a inovação aos sistemas de recompensa: bônus e promoções vinculados a tentativas (inclusive falhas!) de inovação. As pessoas só vão inovar de verdade se forem recompensadas por isso. Falhar deve ser incentivado como parte natural do processo inovador.

5. Prática, não perfeição - Empresas que mais inovam são aquelas que tentam e aprendem continuamente. Mesmo que a primeira ideia não dê certo, o aprendizado gerado fortalece o próximo ciclo. Inovar é iterar.

6. Ver o futuro e agir - Organizações inovadoras investem tempo e energia para monitorar tendências, compreender o que está por vir e preparar seus negócios para os novos cenários. Quem não observa o futuro, não inova — apenas reage.

7. Colocar o cliente no centro - Por fim, Fenton reforça: a inovação deve sempre estar alinhada ao que é desejável para os clientes. Conversar com eles, entender suas necessidades e ajustar soluções continuamente é o caminho para inovar com propósito.

A mensagem final de Fenton Jagdco: Inovar não é sobre tecnologia ou criatividade espontânea. É sobre criar sistemas, processos e incentivos que permitam a experimentação contínua, garantindo que sua empresa não apenas sobreviva, mas prospere nos próximos 100 anos.


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