NEOWRK
 

Alta rotatividade custa milhões às empresas brasileiras e reforça demanda por líderes com inteligência emocional

Brasil lidera ranking global de turnover e amplia a pressão por novas estratégias de retenção, com destaque para a inteligência emocional na liderança

Por Redação

Sao-Paulo-tem-mais-habitantes-que-vinte-e-tres-estados-do-Brasil-concentracao-populacional-pressiona-infraestrutura

Imagem: Canva.com/Mojo_cp

O mercado brasileiro carrega um alerta vermelho: a rotatividade de profissionais disparou nos últimos anos e já figura como a mais alta do mundo. Segundo levantamento da Robert Half, com base em dados recentes do Caged, o turnover no Brasil cresceu 56% em relação ao período pré-pandemia. Em setores como serviços e varejo, a taxa chega a ultrapassar 80%, configurando um problema que afeta diretamente custos, produtividade e clima organizacional.

Para gestores de Facilities, operações e recursos humanos, esse cenário representa mais que um desafio de RH: trata-se de um risco estratégico, com impacto direto na sustentabilidade financeira e na capacidade de execução das empresas.

Custo oculto que corrói resultados

O impacto financeiro do turnover costuma ser subestimado. A Society for Human Resource Management (SHRM) estima que a substituição de um colaborador pode custar de 50% a 200% do salário anual. No Brasil, cálculos da BGC Brasil apontam que a reposição de uma posição de R$ 120 mil ao ano pode gerar um custo de R$ 81,5 mil — sem considerar o efeito em produtividade, adaptação cultural e engajamento da equipe.

Esse custo recorrente se soma à perda de conhecimento interno e ao aumento da pressão sobre equipes remanescentes, criando um ciclo difícil de quebrar. Para líderes que buscam eficiência operacional, o tema já não pode ser tratado como secundário.

Liderança emocional como antídoto

Se a questão financeira é inegável, o componente humano é ainda mais determinante. Pesquisas do Gallup mostram que 42% dos profissionais que pedem demissão acreditam que sua decisão poderia ter sido revertida com mudanças internas, sobretudo no relacionamento com gestores.

É nesse ponto que a inteligência emocional ganha espaço estratégico. Estudos divulgados pela Exame indicam que equipes lideradas por gestores emocionalmente preparados podem ter até quatro vezes mais chances de reter talentos. O conceito foi consolidado nos anos 1990 pelo psicólogo e escritor norte-americano Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional, que demonstrou como habilidades comportamentais podem ser tão ou mais relevantes que o QI para o sucesso profissional.

No Brasil, uma das vozes que defendem essa abordagem é a psicóloga e empresária Fernanda Tochetto, fundadora da Tittanium Club, empresa especializada em programas de performance emocional e desenvolvimento de lideranças sob pressão. Para ela, a lacuna está na forma como as empresas formam seus líderes. “Treinar líderes não apenas nos processos técnicos, mas na gestão comportamental sob pressão, reduz impactos na rotatividade e fortalece a resiliência da equipe. Isso não é intuição, é método”, afirma.

ROI da retenção: ganhos que vão além da economia

A matemática da retenção é clara: cada colaborador preservado representa custos evitados, conhecimento mantido e produtividade estável. Mas o retorno vai além. Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que empresas reconhecidas como “Melhores para Trabalhar” podem registrar resultados financeiros até 170% superiores ao Ibovespa no longo prazo.

Para gestores de operações, incorporar métricas de retenção, engajamento e bem-estar passa a ser tão estratégico quanto acompanhar margens de lucro. Indicadores como eNPS (Employee Net Promoter Score), absenteísmo e tempo médio de permanência fornecem visibilidade sobre riscos de saída e oportunidades de intervenção precoce.

No Brasil corporativo, o desafio é duplo: conter custos em um ambiente de margens cada vez mais estreitas e, ao mesmo tempo, construir locais de trabalho que inspirem pertencimento. Para Tochetto, isso exige programas contínuos de desenvolvimento comportamental e diagnósticos emocionais aplicados à liderança. “Liderança emocional não é apenas um diferencial competitivo, é uma necessidade estratégica para sustentar resultados em um mercado instável”, reforça.


Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


TEMON

Mais lidas da semana

Operações

Como transformar ciência em confiança para Facilities

Tecnologia, laudos, relatórios e método exclusivo: conheça a tecnologia e solução em higienização de superfícies têxteis que faz da MilliCare a parceira estratégica para líderes em Facilities

Carreira

Tecnologia, humanização e estratégia

Como Sonia Keiko está transformando o modelo de manutenção predial no Brasil

Carreira

Será que falta só mão de obra? Ou será que falta gente que cuida de gente?

Uma gestão que vai muito além da manutenção, ela começa com empatia e respeito a equipe dos bastidores

Mercado

Temon Serviços aposta em IA e bônus por assiduidade para engajar colaboradores

Líder na manutenção dos maiores edifícios comerciais do país, empresa amplia investimento em Recursos Humanos e se alinha às transformações do setor

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Pessoas, espaços e dados: nova rotina na gestão de Facilities da Roche

Da horta colaborativa ao projeto K6, inovação e propósito movem a área de operações

Revista InfraFM

20º Congresso e 12ª Expo InfraFM 2025

A 12ª Expo e o 20º Congresso InfraFM consolidam o posto de maior encontro do setor na América Latina. Três dias de evento, 165 palestras pulsando inovação e conteúdo estratégico, 136 expositores e 5 patrocinadores.

Revista InfraFM

11º Prêmio Indicados InfraFM 2025

O reconhecimento que move e inspira o setor do Facility, Property & Workplace Management

Revista InfraFM

Expo InfraFM 2025 é onde o futuro da gestão acontece

O Expo Center Norte foi palco da maior reunião de soluções, ideias e conexões para o setor de Facility, Property e Workplace Management da América Latina. A 12ª Expo InfraFM reuniu 136 expositores que mostraram, na prática, como tecnologia, sustentabilidade e inteligência de dados estão redesenhando

Revista InfraFM

Por que o esg da Globo deveria estar no seu radar?

O Relatório ESG 2024 da Globo destaca avanços na agenda ambiental da empresa.

Revista InfraFM

Infraestrutura sob controle e os bastidores do Facility Management na cart

Por dentro da operação que garante eficiência, segurança e sustentabilidade em mais de 400 km de rodovias

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP