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Onde vale manter escritórios em São Paulo?

Alta vacância, queda de preço e mudança no jogo: entenda o novo mapa do mercado corporate

Por Mateus Murozaki

Onde vale manter escritórios em São Paulo?

Foto: Canva.com/wsfurlan

Na última semana, a RealtyCorp promoveu o primeiro Analytics Meeting, no Centro Empresarial Nações Unidas (CENU), em São Paulo. O encontro reuniu investidores, consultores e profissionais do setor imobiliário para uma manhã de troca de experiências, networking e análise de tendências do mercado de escritórios.

Após um café da manhã de recepção, o especialista Marcos Alves apresentou uma leitura detalhada do cenário atual do segmento corporate na cidade, com destaque para os dados de vacância, preços por metro quadrado e comportamento da demanda em diferentes regiões da capital. A apresentação ajudou a mapear os movimentos mais recentes de ocupação e indicou quais áreas devem ganhar ou perder protagonismo nos próximos trimestres.

Além da análise de mercado, o evento também contou com uma visita guiada a um andar mobiliado por um dos parceiros da iniciativa, onde os participantes puderam observar como o design, a infraestrutura e a flexibilidade de layout influenciam diretamente a atratividade dos imóveis corporativos — não apenas do ponto de vista estético, mas principalmente estratégico.

Escritórios corporativos em São Paulo: vacância alta, preços em queda e busca por custo-benefício

O mercado de escritórios em São Paulo vive um momento de adaptação. Depois de anos de transformação acelerada — puxada pela pandemia, pelo modelo híbrido e pelas mudanças no uso dos espaços — o que se vê em 2025 é um setor tentando encontrar equilíbrio. O relatório apresentado por Marcos Alves no Analytics Meeting de maio mostra um cenário com muitos espaços vazios, preços pressionados e empresas reavaliando onde vale a pena manter seus escritórios.

Hoje, São Paulo tem cerca de 17,4 milhões de metros quadrados de escritórios corporativos. Mas uma parte significativa desse total está sem uso. A taxa de vacância — ou seja, a proporção de escritórios disponíveis sem inquilino — está em 17,6%. Isso significa que quase 1 em cada 5 lajes corporativas está desocupada. Mesmo em um mercado tradicionalmente aquecido, como o paulistano, esse número preocupa.

Mas essa vacância não é igual em toda a cidade. Regiões mais valorizadas, como a Nova Faria Lima e o Itaim, seguem com boa ocupação. Nessas áreas (classificadas como Macrorregião A), a vacância é de apenas 12,3%, e o preço do metro quadrado é o mais alto da cidade: R$ 146,69 por mês. Apesar do custo elevado, ainda há demanda por esses espaços — em parte porque muitas empresas os veem como investimento em imagem institucional.

Já na Macrorregião B, que inclui bairros como a Berrini e a Chácara Santo Antônio, a situação é diferente. Com uma vacância de 18,7% e preços médios em torno de R$ 65,81/m², a região se destaca como uma alternativa para empresas que querem manter a qualidade do espaço, mas gastar menos. Essa parte da cidade está se tornando um novo foco de interesse, justamente por oferecer boa estrutura a um custo mais acessível.

A situação mais crítica aparece na chamada Macrorregião C, que abrange áreas mais afastadas ou com menor apelo corporativo. Lá, a vacância passa dos 30%, e o preço médio de locação caiu para cerca de R$ 53,26/m². Na prática, esses escritórios estão encalhados — e o mercado mostra dificuldade para ajustá-los à nova realidade. Pode haver necessidade de reformas, requalificações ou até mudança de uso para que voltem a atrair ocupantes.

Outro ponto importante do estudo é a mudança de comportamento das empresas. A tendência chamada de "flight to price" — ou “migração pelo preço” — mostra que, hoje, a busca principal não é mais pelo endereço mais nobre, mas sim pelo melhor custo-benefício. Muitas empresas estão reavaliando se faz sentido continuar pagando caro para estar nas regiões mais centrais, principalmente quando a operação já está mais enxuta ou parte do time está em home office.

Essa movimentação é reforçada pela perspectiva de um crescimento econômico modesto nos próximos anos. Com o PIB projetado para avançar lentamente, a expansão das empresas tende a ser mais cautelosa — o que impacta diretamente a procura por novos escritórios.

No fim das contas, o estudo reforça que o mercado está se reorganizando. Quem atua na gestão de espaços precisa estar atento: o metro quadrado caro deixou de ser sinônimo de melhor escolha. O que vale agora é entender o perfil da empresa, o uso real do espaço e buscar equilíbrio entre localização, qualidade e custo.

Soluções para seu escritório na 12ª Expo InfraFM

O material base para essa análise, assim como os relatos do Analytics Meeting, foram disponibilizados pela John Richard, empresa especializada em aluguel de móveis corporativos e parceira do evento. A empresa, que aposta em soluções flexíveis para ambientes de trabalho em transformação, estará presente na 12ª Expo InfraFM, onde pretende reforçar a importância do design inteligente e da mobilidade como aliados na valorização dos espaços e no aumento da eficiência operacional. Clique aqui para fazer seu credenciamento.


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