TELELOK
 

Esse erro simples já tirou fornecedores de contratos públicos

Sem dados confiáveis sobre ESG, prestadores têm sido descartados antes mesmo de negociar. E quem opera o contrato fica exposto.

Por Mateus Murozaki

Esse erro simples já tirou fornecedores de contratos públicos

Foto: Divulgação

No setor de serviços, falar de sustentabilidade virou lugar-comum. O desafio agora é provar. Foi justamente essa transição — do discurso para a mensuração — o foco do painel “A tecnologia aplicada ao setor de serviços pelo viés da sustentabilidade: de mãos dadas para a redução das emissões”, realizado no Fórum de Sustentabilidade do Setor de Serviços da Cebrasse.

Mediado por Paulo Perrotti, CEO da LGPD Solutions, o painel reuniu representantes de empresas que estão à frente da transformação ESG com base em dados, automação e inteligência de processos. Participaram da discussão:

ESG como vetor de eficiência (não de custo)

Marcelo Gomes, da Nexti, que atua com digitalização de rotinas trabalhistas, foi direto ao ponto: "ESG é visto como custo por quem ainda não entendeu que ele reduz desperdício." Segundo ele, empresas perdem cerca de R$ 5 mil por colaborador, por ano, com falhas simples de gestão — desde horas extras indevidas até ações trabalhistas evitáveis. “Esse dinheiro escorre por entre os dedos. E o ESG bem estruturado, com dados e automação, ajuda a estancar essa perda.”

A tecnologia democratizou o ESG

Representando a RSM, Caio Pimenta e Lucas Pontes reforçaram que práticas de sustentabilidade, antes restritas a grandes corporações, agora estão acessíveis também para pequenas e médias empresas. A viabilização veio com tecnologia: sensores de consumo, plataformas de reporte, controle de emissões e gestão de resíduos com rastreabilidade. “Hoje, não é mais uma questão de porte. É de decisão estratégica”, pontuou Pontes.

Eles também alertaram para as novas normas de reporte, como as IFRS S1 e S2, que vão exigir padronização e transparência na divulgação de informações ESG. “Mesmo empresas que não estão diretamente reguladas serão pressionadas pela cadeia — especialmente fornecedores de grandes grupos.”

Governança de dados como ponto de partida

Ana Paula Stefanutto, da Capgemini, trouxe o olhar da tecnologia embarcada na operação: “Toda decisão baseada em dados confiáveis tem impacto na sustentabilidade. Inclusive na forma como os serviços de TI são entregues.” Para ela, ESG sem governança de dados é apenas uma narrativa — e essa fase já passou.

Ela também destacou que a mensuração de impacto passou a ser decisiva na contratação de fornecedores, inclusive em processos públicos. “Quem não mede, não comprova. E quem não comprova, sai do páreo.”

O consumidor como peça final da equação

Eduardo Silvestri, da CarbonTech, acrescentou um ponto-chave: envolver o consumidor final. “De nada adianta uma empresa ser neutra em carbono se o público não sabe o que isso significa.” A CarbonTech desenvolve ferramentas que calculam e comunicam a pegada de carbono de produtos e serviços, e segundo ele, essa será uma nova fronteira para a competitividade. “Transparência gera valor de marca. E isso vai vender mais que o marketing tradicional.”

Diagnosticar primeiro. Depois agir.

Ao fim do painel, a fala de Paulo Perrotti resumiu o tom da discussão: “ESG que não começa com medição é só maquiagem. Diagnostiquem, organizem dados e comecem pequeno, mas com seriedade.” A mensagem para o setor de serviços é clara: tecnologia e sustentabilidade não são mais caminhos paralelos. São agora a mesma estrada — e ela cobra pedágio de quem ainda não se adaptou.



Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


MILLICARE

Mais lidas da semana

Operações

Como transformar ciência em confiança para Facilities

Tecnologia, laudos, relatórios e método exclusivo: conheça a tecnologia e solução em higienização de superfícies têxteis que faz da MilliCare a parceira estratégica para líderes em Facilities

Carreira

Tecnologia, humanização e estratégia

Como Sonia Keiko está transformando o modelo de manutenção predial no Brasil

Carreira

Será que falta só mão de obra? Ou será que falta gente que cuida de gente?

Uma gestão que vai muito além da manutenção, ela começa com empatia e respeito a equipe dos bastidores

Mercado

Temon Serviços aposta em IA e bônus por assiduidade para engajar colaboradores

Líder na manutenção dos maiores edifícios comerciais do país, empresa amplia investimento em Recursos Humanos e se alinha às transformações do setor

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Por que o esg da Globo deveria estar no seu radar?

O Relatório ESG 2024 da Globo destaca avanços na agenda ambiental da empresa.

Revista InfraFM

Infraestrutura sob controle e os bastidores do Facility Management na cart

Por dentro da operação que garante eficiência, segurança e sustentabilidade em mais de 400 km de rodovias

Revista InfraFM

Prédio limpo, negócio forte!

Como a opinião do cliente final está moldando o futuro da limpeza profissional

Revista InfraFM

Infraestrutura Hospitalar como Pilar de Excelência

Como a gestão estratégica de Engenharia, Real Estate e Facilities contribui para consolidar o Hospital Israelita Albert Einstein como referência mundial

Operações

Monitoramento em tempo real otimiza produção em 18% na Visteon Amazonas

Ricardo Tanko Vasconcellos, Quality Manager da multinacional, fala sobre importância da sinergia entre áreas para um processo contínuo de melhorias.

Operações

Retrofit gera mais de R$3 milhões de economia para operação de shopping

Gerente de operações do Shopping Praça da Moça e coordenador de Operações do Grupo AD falam sobre desafios e resultados das implementações.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP