3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Empresa paulistana investe no setor de ativos estressados

[Real Estate] Solv adquire e recupera obras paradas no Brasil

Após sete anos parado, o empreendimento Park 183 Ibirapuera, na Vila Mariana, em São Paulo, teve a obra retomada pela Solv e lançado no mercado em abril.

Após sete anos parado, o empreendimento Park 183 Ibirapuera, na Vila Mariana, em São Paulo, teve a obra retomada pela Solv e lançado no mercado em abril. Diversos fatores podem ocasionar a paralisação de uma construção, principalmente em casos de empreendimentos de ciclo longo, como os edifícios residenciais. Esses motivos vão desde uma crise financeira ou mudanças no cenário político até problemas de administração por parte da incorporadora responsável pelo empreendimento.

Para os habitantes do entorno, uma obra parada pode gerar transtornos. A falta de segurança é um deles, já que o local abandonado pode ser utilizado para consumo de entorpecentes, e, geralmente, sem iluminação, trazer risco de furtos e assaltos às pessoas que passam pela vizinhança. Outro perigo está ligado ao fator sanitário. O espaço em situação de abandono pode atrair animais peçonhentos e que trazem prejuízos para a saúde. Há também a desvalorização dos imóveis na região, ocasionando impactos financeiros e sociais para as pessoas que vivem ali.

Criada em 2019, a Solv se especializou na recuperação de ativos residenciais estressados no Brasil. Em 2021, a empresa mapeou 2 mil obras de edifícios paradas pelo país. O mercado nacional de ativos estressados ainda é pouco explorado.  "Muitas vezes ocorrem desencaixes do fluxo financeiro de uma obra, seja pela falta de planejamento de longo prazo e gestão financeira do empreendedor, ou pela falta de gestão operacional e comercial, podendo gerar uma futura inadimplência dos clientes e gastos maiores nos custos relacionados à obra", explica Ricardo Piccinini, CEO da Solv.

Após profundo diagnóstico do imóvel e avaliação da viabilidade do projeto, por meio de compra ou parceria financeira, a Solv investe na continuidade e comercialização do empreendimento. De acordo com Piccinini, ao retomar um projeto paralisado, a barreira da obra parada por muito tempo precisa ser quebrada. Diferente de uma incorporação tradicional, o primeiro e fundamental passo é conquistar a confiança do novo cliente e seguir com as novas vendas. Outro desafio está relacionado à adequação do produto para a realidade atual do mercado. "Um empreendimento paralisado há mais de 10 anos, por exemplo, não tem a mesma eficiência de um projeto pensado para os dias de hoje. Além de etapas como revalidação de projeto, adequação para a legislação vigente e revalidação de alvarás", salienta Piccinini.

No caso de São Paulo, o novo Plano Diretor da cidade, estabelecido em 2014, pode trazer contribuições significativas para o mercado de ativos residenciais estressados, como prever isenção de pagamento de outorga onerosa para retomada de obras paradas, uma vez que esta já tenha sido feita no rito da aprovação. "Essa previsão impacta diretamente no potencial do incorporador em assumir os passivos existentes e transformar no empreendimento pretendido inicialmente, influenciando na qualidade urbanística do bairro, fomentando trabalhos diretos e indiretos, e na valorização da região e recolhimento de tributos", conclui o CEO.

A recuperação de obras paralisadas ainda apresenta um grande benefício: a sustentabilidade. A prática evita que sejam feitas demolições e o início de uma construção do zero, poupando recursos e diminuindo a quantidade de resíduos produzidos por uma nova obra.

Foto: Divulgação.


Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


Cassia e Brita

Mais lidas da semana

Operações

Japan House: de visita da princesa do Japão à conquista de LEED

Bruno Mattedi, supervisor de operações da instituição cultural, compartilha insights sobre desafios do dia a dia e conquista da certificação.

Operações

Quatro iniciativas da Telhanorte Tumelero para reduzir impacto ambiental

Diretora de operações gerais fala sobre programa de sustentabilidade da varejista e impacto do setor de construção no meio ambiente.

UrbanFM

Enel X introduz Zona Sul de SP no mercado de carros elétricos

Novo eletroposto vai de encontro ao crescimento do mercado de veículos sustentáveis no Brasil.

Mercado

De volta ao Brasil, Erika Porcaro retorna a Telelok

Conheça a jornada de coragem, resiliência e inovação da mãe do Noah.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Da engenharia à gestão sustentável

Acompanhe nossa conversa com Irimar Palombo sobre inovação, desafios em sua carreira, que tem contribuído para a transformação dos espaços e construção do futuro no escopo do Facility Management.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities em ambientes remotos e industriais

Uma visão abrangente sobre experiências, segurança e sustentabilidade nas operações de grandes empresas.

Revista InfraFM

O escritório como espaço acústico para atender ao modelo híbrido de trabalho.

Artigo da Arqta. Dra. Claudia Andrade e do Eng. Acústico Bruno Amabile.

Revista InfraFM

Gestão de Facilities e a ciência por trás dos data centers

A ciência por trás dos data centers, artigo de Henrique Bissochi e Edmar Cioletti, ambos da Tools Digital Services, uma empresa do Grupo Santander.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP