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A jornada do usuário como norte no Workplace: lições do escritório da Galapagos Capital

Inspirado no projeto da Perkins&Will São Paulo, este artigo analisa a tendência global de colocar o usuário no centro do workplace, e como gestores de facilities podem aplicar essa lógica no dia a dia

Por Redação

A jornada do usuário como norte no Workplace: lições do escritório da Galapagos Capital

Foto: Renato Navarro/ Arch Daily


O novo edifício da Galapagos Capital, na Avenida Rebouças em São Paulo, é mais que um escritório: é uma narrativa construída a partir da jornada de seus usuários. O átrio central arborizado, os espaços de convivência, o coffee lounge que conecta andares e o rooftop para conversas informais são exemplos de como o design pode ser orientado por fluxos de pessoas e necessidades reais.

Esse projeto, assinado pela Perkins&Will São Paulo e divulgado originalmente pelo ArchDaily, reflete uma tendência internacional: colocar a experiência do usuário no centro da arquitetura corporativa. Para gestores de facilities, isso significa entender que cada colaborador percorre trajetórias diferentes ao longo do dia, e que mapear essas jornadas permite planejar espaços mais funcionais, sustentáveis e engajadores.

Jornada do usuário: conceito em prática

A ideia de user journey (jornada do usuário) vem da área de experiência do cliente, mas ganhou força no workplace. Trata-se de identificar como diferentes perfis interagem com o espaço: desde a entrada no prédio até o uso de salas de concentração, passando por áreas de descanso ou de socialização.

Estudos recentes mostram a relevância desse olhar. A consultoria Geniant, por exemplo, utilizou entrevistas, observação em campo e pesquisas com colaboradores para coletar quase 1.000 pontos de dados em um projeto nos Estados Unidos. O resultado foi a criação de sete zonas funcionais, desenhadas para atender perfis distintos, como o Focused Creator (profissional que busca concentração total) ou o Supportive Mentor (que precisa estar disponível para apoiar colegas).

Esse tipo de análise demonstra que, mais do que ambientes bonitos, as empresas precisam de espaços que conversem com os diferentes modos de trabalho.

A jornada do usuário como norte no Workplace: lições do escritório da Galapagos Capital

Foto: Renato Navarro/ Arch Daily


Tecnologia a favor do espaço

Outro conceito que vem ganhando força é o agent-based modeling — ou modelagem baseada em agentes. A metodologia, já utilizada em projetos conduzidos pela Gensler, permite simular padrões de uso dos espaços por meio de dados de crachás de acesso, sensores de movimento e informações demográficas.

Com isso, gestores conseguem prever como diferentes grupos vão circular pelo prédio, onde podem ocorrer gargalos de fluxo e quais áreas precisam de maior capacidade. A vantagem é que, em vez de confiar apenas na intuição, o FM passa a trabalhar com dados objetivos, reduzindo desperdícios e melhorando a eficiência do layout.


Activity-Based Working: espaços flexíveis para diferentes atividades

Outro termo bastante presente no debate internacional é o Activity-Based Working (ABW), ou trabalho baseado em atividades. Nesse modelo, o escritório deixa de ter posições fixas e passa a oferecer ambientes modulares, cada um adequado a uma função: áreas silenciosas para concentração, salas abertas para colaboração, cabines privativas para ligações e zonas sociais para interação informal.

Embora esse conceito tenha sido criado há décadas, ganhou novo fôlego após a pandemia, quando as empresas precisaram reavaliar a função do escritório em cenários híbridos. Para facilities managers, o ABW traz tanto oportunidades quanto desafios: aumenta o aproveitamento do espaço e a produtividade, mas exige monitoramento constante do uso real dos ambientes para que o projeto não se torne obsoleto em pouco tempo.


Experiência como diferencial competitivo

Dados recentes da Gartner mostram que apenas 13% dos funcionários estão satisfeitos com sua experiência no trabalho — e mais de 44% dos trabalhadores nos EUA afirmam estar procurando um novo emprego. Esses números reforçam que o escritório moderno precisa ir além da funcionalidade: deve proporcionar algo memorável, capaz de reter talentos e fortalecer a cultura corporativa.

Na visão de especialistas como a DLR Group, que publicou recentemente tendências para 2025, o escritório passa a ser visto como um espaço experiencial: um lugar que deve oferecer conexões humanas, senso de pertencimento e oportunidades de aprendizagem contínua — dimensões que o trabalho remoto, sozinho, não consegue suprir.


Lições para gestores de facilities

O case da Galapagos Capital, aliado às tendências globais, deixa algumas mensagens claras para quem lidera operações e ambientes corporativos:

  1. Mapeie a jornada do usuário – entenda como diferentes perfis usam o prédio e adapte o espaço de acordo.
  2. Use dados como guia – sensores, pesquisas e simulações podem substituir achismos e trazer eficiência ao desenho do workplace.
  3. Projete para a experiência, não só para a função – espaços que encantam e facilitam o dia a dia tornam-se ativos estratégicos para engajamento e retenção.
  4. Pense sustentabilidade desde a concepção – antecipar ajustes ainda na planta reduz custos de obra, desperdícios e consumo de energia no longo prazo.

Créditos: Com informações do ArchDaily. Projeto de interiores: Perkins&Will São Paulo.


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