Com o objetivo de garantir a seleção do melhor projeto para seus novos escritórios em São Paulo, a companhia aérea alemã Lufthansa abriu um processo de concorrência entre escritórios de arquitetura na região. O projeto vencedor partiu de especialistas sediados na Archademy, primeira aceleradora de pequenos e médios escritórios de arquitetura e design do Brasil: Aiê Tombolato, Fábio Frutuoso, Glauco Vitor Dias e Renato Mendonça, da AFGR Arquitetos, que uniram expertises, ideias e forças no desenvolvimento e execução da proposta ideal.

De acordo com o arquiteto Fábio Frutuoso, o conceito vencedor elaborado pelo seu time trabalhou com o desafio de tornar a linguagem industrial "pesada" dos galpões tradicionais mais moderna e jovem, além de bastante confortável. O projeto envolve um andar inteiro com mezanino e pé direito duplo. "Partimos para uma linguagem mais industrial, trabalhando com a estrutura original de concreto aparente, em uma referência ao mundo da aviação, longe do literal e do óbvio. Utilizamos revestimentos com chapa metálica para criar ambientes, simulando containers. Usamos também o azul escuro da marca para o teto, em alusão ao céu", descreve Frutuoso. "Conseguimos, desta forma, criar um ambiente repleto de referências, mas que fosse ao mesmo tempo descolado e confortável", complementa o arquiteto.

Para o especialista, montar uma equipe com outros colegas arquitetos e designers da Archademy apresenta a enorme vantagem do enriquecimento profissional. "Pudemos conhecer um pouco mais do processo criativo e das referências um do outro, a identidade autoral de cada um e, desta forma, desenvolver um conceito harmônico em cima das diferenças e expertises. Cada um de nós tem um repertório diferente e único, com linguagens e abordagens distintas para o mesmo problema. Tem sido uma soma muito boa e construtiva para o projeto", destaca Frutuoso.

O arquiteto migrou seu escritório para dentro do coworking da Archademy desde o ano passado, quando foi selecionado para a primeira turma de aceleração. Vem desde então participando de palestras, cursos e mentorias que contribuíram para o crescimento e profissionalização do escritório. "A Archademy construiu uma atmosfera que estimula o desenvolvimento do negócio. Além disso, podemos conviver todos os dias com colegas que contribuem e complementam nosso trabalho", afirma Frutuoso.

A união faz a força

O foco da Archademy é justamente dar mais visibilidade aos profissionais do segmento, com a finalidade de incrementar conexões, relacionamento e oportunidades de novos negócios. "Nosso principal objetivo é apoiar o rápido crescimento de escritórios para que consigam se consolidar no mercado e otimizar resultados", resume Anna Rafhaela Bonifácio, sócia da Archademy.

Com apenas um ano de operações, a base de escritórios acelerados deve chegar a 150 este ano. Já o faturamento previsto para a startup deve atingir R$ 3 milhões em dezembro, o dobro de 2018. O aumento da demanda levou a empresa, sediada em São Paulo, a inaugurar mais duas unidades em endereços estratégicos na capital paulista: a Alameda Gabriel Monteiro da Silva - a meca da decoração de interiores na capital paulista - e o Lar Center, o principal hub de móveis e decoração do País. Mas a empresa pretende, em breve, abrir escritórios também em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis. "Nosso planejamento é inaugurar 20 unidades até 2021", revela Anna.

O mercado de arquitetura, bastante pulverizado no Brasil, é composto por um grande número de pequenos e médios escritórios. Ao todo, 75% das empresas não possuem mais de cinco funcionários. No agregado, porém, este é um segmento bastante representativo nas operações das grandes empresas que fornecem materiais e mobiliários. Cerca de 50% das vendas de produtos especificáveis em uma reforma de interiores são originadas por indicação do arquiteto ou do designer.

Já para as marcas que atuam em parceria com arquitetos e designers no país, a iniciativa cria um novo canal de especificação, pelo qual é possível mapear tendências e fornecer produtos voltados às novas demandas do mercado, a preços promocionais, disponíveis antes apenas para os grandes players.

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