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EcoRodovias inicia treinamento em realidade virtual para operação de pedágios

Projeto foi desenvolvido por funcionários e selecionado pelo programa de inovação da empresa

Errar rápido, corrigir rápido. Esse é o mantra repetido pelos 'startupeiros', aqueles profissionais movidos por desafios e dispostos a resolver uma dor do consumidor ou criar um produto ou serviço que até ontem não existia (e hoje ninguém vive mais sem). Por outro lado, as grandes empresas quase nunca têm a mesma agilidade para rever seus processos e tomar decisões como uma startup. São como transatlânticos, de manobra demorada. Mas nem sempre a inovação pode esperar e, por isso, a EcoRodovias, administradora de 10 concessões de rodovias em oito estados, decidiu criar em 2018 um programa voltado para atrair ideias de todos os colaboradores, o InovaEco. Em formato de pitch, as melhores iniciativas foram escolhidas pelo Hub de Inovação, formado por executivos da companhia, e recebem um aporte de recursos para desenvolver o projeto.

Esse é o caso do simulador de realidade virtual, idealizado pelo coordenador de sistema rodoviário, Roberto Kimura, que passará a ser usado já no próximo mês para fazer a reciclagem de práticas operacionais de 350 operadores de pedágio e também para aplicar o treinamento de boas-vindas para pelo menos 30 novos colaboradores que devem ser contratados para a operação verão 2020 na Ecopistas, concessionária que administra o corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto. Quando a ideia foi apresentada, a pandemia pelo novo coronavírus não estava no radar e, agora, a opção aparece como uma importante aliada, uma vez que é realizada individualmente, sem aglomerações ou deslocamentos.

Apesar da experiência ser virtual, todo ambiente é real com imagens captadas na própria empresa. Ao realizar o treinamento, o funcionário é conduzido por todas as áreas de trabalho, com a liberdade para olhar todo ambiente e em uma atmosfera bastante realista. "O roteiro favorece o aprendizado nos transportando para a chegada na portaria, passando por todas as etapas da operação de cabine e pista e também ao mostrar o funcionamento dos equipamentos e sistemas. A jornada encerra com o fechamento do dia como se fosse realmente a rotina do trabalho", explica Kimura. Os óculos são produzidos pelo Facebook e a produção do conteúdo e a aplicação da tecnologia imersiva é da startup Mitika.

Por conta da sensação de entretenimento, na fase piloto, os colaboradores que realizaram os testes aprovaram a ideia. Foram aplicados dois questionários, antes e depois de experimentar a novidade, e as notas dos testes efetuados após a imersão no simulador aumentaram em 40%. Kimura credita esse resultado ao fato de o treinamento ser muito dinâmico e por induzir a pessoa a olhar para o que de fato é importante, sem dispersão da atenção com fatores externos. "O cérebro acredita que você está naquele lugar!", afirma. Dividido em duas entregas, na primeira, o colaborador é um espectador. Já na segunda fase, ainda sem data para implantação, a pessoa já passa a tomar decisões nas atividades propostas. Com investimento em torno de R$ 400 mil, essa primeira etapa corresponde a 10% do valor do total destinado ao projeto.

Para Carlos Boiani, coordenador de projetos especiais e integrante do Hub de Inovação da EcoRodovias, as ideias aprovadas no 1º InovaEco seguem o conceito do MVP (do inglês Minimum Viable Product ou, em português, Produto Minimamente Viável). "O princípio é falhar rápido, mas falhar barato, ou seja, testamos e corrigimos praticamente ao mesmo tempo, otimizando os recursos e apostando no próprio desenvolvimento do profissional, o que certamente trará frutos para a empresa". Boiani conta que, no primeiro ano, mais de 100 propostas foram recebidas, o que prova que o DNA da inovação está presente na companhia. Com tema livre, aquelas que tinham potencial para trazer um impacto positivo para o grupo foram selecionadas e receberam recursos para desenvolvimento de protótipos para apresentação no pitch final.

E, se na primeira edição o formato se assemelhava à rotina das startups, a segunda em 2020 foi mais parecida com um hackathon, onde primeiro definem-se os desafios para, em seguida, capturar soluções. Nesse ano, a EcoRodovias selecionou três situações e o impacto que teriam na companhia caso fossem resolvidas. No primeiro momento, os membros do comitê fizeram uma pré-seleção das ideias que surgiram para solucionar esses desafios, identificaram sinergias e formaram squads de trabalho para iniciar o desenvolvimento das propostas. Em novembro, devem ser apresentadas ao hub as soluções e os planos para sua implantação final. Para que o trabalho possa ser elaborado, a EcoRodovias estimula que os colaboradores alinhem com seus gestores o tempo que irão se dedicar ao trabalho, uma vez que entende que o investimento em inovação é um investimento no futuro da empresa e do colaborador.

Foto: Divulgação

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