TELELOK
 

No ritmo das startups

Agilidade, eficiência e otimização de custos sempre fizeram parte do vocabulário dos FMs. Na 99, essas responsabilidades ganharam um novo contorno, que você passa a conhecer agora na entrevista com Juliana Dias, Head de Facilities e Procurement

Por Érica Marcondes 

Com dez anos de experiência em Facilities Management e passagens sólidas por empresas como ISS Brazil, CBRE e J.P.Morgan, Juliana Dias se viu há sete meses diante de um convite irrecusável: ajudar a formatar do zero a área de Facilities e Procurement na 99, maior aplicativo de transporte pelo celular no Brasil.

Neste curto período, a executiva já vivenciou transformações profundas na startup criada em 2012, e que hoje conta com mais de 300 mil motoristas cadastrados entre POP e Taxi, mais de 15 milhões de passageiros e milhões de corridas por mês. “Costumo dizer que vivemos em dog years, ou seja, sete anos em um. É o ritmo acelerado. Avançamos com a mesma rapidez e dinamismo que o mercado de tecnologia. Usamos ferramentas de gestão Agile, fatiamos projetos grandes em várias entregas, tudo para acompanharmos e estarmos constantemente oferecendo novidades”, conta.

Foi esse rápido crescimento a principal razão de sua ida para a empresa. Quando menor, em seus primeiros anos de vida, a 99 vinha tocando a área com um misto de atividades que conhecemos como Serviços Gerais. Desta célula saiam produtos típicos de departamento pessoal e contas a pagar até as manutenções e reformas, sempre de maneira despretensiosa e sem agregar muita técnica, o que funcionava (e funciona como observamos no mercado) para uma empresa pequena. Mas a 99 desde cedo tinha planos grandes e para alcançá-los reforçou as linhas de negócios com atividades core, mas as áreas de suporte também foram desenvolvidas. Houve então uma separação por afinidade e técnica, as atividades de departamento pessoal foram englobadas pela estrutura de RH que se formou, e com Facilities não foi diferente. Criou-se uma vertical mais robusta que fica abaixo da estrutura do CFO.

“Implantar uma governança baseada em processos coerentes ao propósito da 99 e conduzir o plano de expansão ao sucesso são alguns dos objetivos principais que miramos em Facilities e Procurement. Mais do que uma área de operação, temos um viés estratégico. Se o plano de crescimento é agressivo, a nossa área tem de estar estruturada da mesma maneira”, confidencia.

Hospitalidade

O trabalho da área de Facilities e Procurement é pesado no suporte ao crescimento do negócio, com espaços que promovam a integração e ambientes criativos. Andando pelos corredores do Campus 99 (Avenida Bandeirantes, 460, São Paulo), sentimos que há muita vida. Nos escritórios de atendimento aos motoristas têm sempre um café quentinho e ótimas condições e espaços para que ele se sinta acolhido. Trabalha-se com muita agilidade sempre. Os escritórios, por exemplo, são inaugurados em menos de uma semana quando preciso, e a área também tem a missão de desenvolver parceiros capazes de assegurar entregas muito rápidas. “É por acompanhar esse ritmo que a equipe é tão querida pelos 99ers”, garante Dias.

O suporte ao crescimento se dá por meio das transações imobiliárias, planejamento de espaços e layouts, serviços como motoboy, malote e correios, ampliados para os novos escritórios, compliance com as melhores práticas de onboarding de parceiros, gerenciamento de viagens, celulares, análise apurada de gastos e segurança patrimonial muito alinhada às particularidades do negócio.

Outra característica forte é a hospitalidade. Segundo a executiva, “mais do que entregar sistemas confiáveis, somos responsáveis pelo look and feel dos espaços de trabalho. A experiência do 99ner no Campus 99 está sempre na nossa pauta”. Hoje a área conta com 11 administrativos no total, entregando Facilities, Compras, Gestão de Portfólio Imobiliário e uma célula de Projetos. No total, incluindo a equipe de operação que faz o negócio acontecer, eles são 45 para atender a sede e os demais escritórios. Na prática, significa prover serviços e infraestrutura para quase 600 pessoas em todo o Brasil e um público flutuante bastante grande e diverso.

Atração e manutenção de talentos

Na tarefa de atender às demandas dos colaboradores e — mais do que isso — encantá-los, a política é variada, apoiada pela missão de prover as melhores soluções em workplace e hospitalidade.

No momento em que o 99ner passa o crachá na portaria tem início sua experiência: acessa o prédio, a recepção, sobe as escadas e vai para a sua estação de trabalho. Entre um e-mail e outro, uma reunião e outra, consome as frutas, bebe a água fresca, o café quentinho, utiliza as instalações, tem autonomia para decidir o melhor momento para limpar sua mesa, tem acesso à reposição de suprimentos de escritório de maneira independente, aproveita o pingue-pongue ou tira uma soneca e, ao final do dia, ainda pode curtir uma sessão de karaokê para evitar o trânsito.

Juliana diz que esse é o ritual diário — uma rotina encarada como um grande show. “Às 8h as portas se abrem e nossos clientes entram para aproveitar o que há de melhor no ambiente de trabalho. A nossa turma de Facilities está a postos para recebê-los. Portaria, manobristas, recepção, limpadores, profissionais da manutenção — todos têm um importante papel em fazer do ambiente de trabalho um lugar melhor e mais atrativo, que proporcione encontro, integração, felicidade e transpire muita vida pelos corredores”.

O café da manhã às segundas-feiras, por exemplo, vem com tudo o que se tem direito, além de frutas variadas nas copas, ambientes asseados e com a adequada manutenção, recepção sorridente e disposta, bolinho avisando que o final de semana está chegando e cerveja free na sexta-feira após às 18h, marcando o tão esperado happy hour.

Arquitetura: uma aliada

O escritório é configurado em open space, o que possibilita o trabalho em squads sem muito esforço. Grande parte das estações de trabalho são plug and play, mas também existem as estações fixas para quem prefere personalizar sua mesa, e as paredes que permitem anotações — uma solução bem-vinda para a turma exercitar a criatividade o tempo todo, assim como os painéis de gestão à vista, espalhados pelos andares.

Sobre o mobiliário, é praticamente tudo próprio. Mas as locações contribuem muito ao disponibilizar mesas rapidamente devido ao rápido crescimento, e quando as fábricas não conseguem atender ao timing. Já para os escritórios de ativação espalhados pelo Brasil, a estratégia é montar o que chamam de “kit ativação”, e aí basicamente tudo é alugado, do micro-ondas às estações de trabalho — modelo que tem funcionado muito bem, segundo ela.

Equipe própria, terceirizada ou mista?

Quando perguntamos sobre o modelo de contratação das equipes, Juliana responde que as atividades de gerenciamento são executadas por equipe mista por dois motivos principais: escala e expertise. “Escala porque em um ambiente de rápido crescimento é possível atender múltiplas frentes e diferentes localidades mais rapidamente. O gerenciador possui maior capilaridade do que o processo seletivo me daria. Além disso, há um melhor aproveitamento dos recursos por projeto. Expertise, porque o gerenciador traz consigo uma carteira de fornecedores, processos e inteligência de implantação que é moldado e adequado à nossa realidade de negócio: jovem e fora da caixinha”.

Principais resultados nesses sete meses

Quando o assunto são as entregas mais relevantes, funcionalidade e segurança se destacam. “Fizemos algumas reformas no térreo nas salas de reunião para diminuir o problema de eco nessas salas com o intuito de as pessoas utilizarem para conferências e calls”. Já no terraço, a ação foi melhorar a área de alimentação que sofria com o desconforto térmico durante o inverno. 

Com o crescimento e a demanda por estações de trabalho aumentando, também remanejaram a área de convivência e descompressão para o terraço, em uma tenda. “E os 99ers adoraram!”, garante ela, defendendo que o simples também é bom. Mover a descompressão liberou um espaço para mais 70 estações de trabalho. 

Outra ação de sucesso foi a instauração de uma brigada de incêndio, incluindo o treinamento dos colaboradores. “Foi o primeiro treinamento de evacuação prático com uma adesão impressionante, despertando nas pessoas uma consciência sobre riscos no ambiente de trabalho. Todas as nossas ações estão apoiadas nos valores da empresa, o que nos assegura sucesso até mesmo nas ações menos populares”.

Escolhendo um novo fornecedor…

Para a 99, a principal ferramenta na hora de escolher um novo fornecedor é, sem dúvida, o benchmarking com empresas de porte e operação parecidas ou, melhor ainda, um ou dois degraus acima. “Estamos formando e melhorando a nossa base de fornecedores e os atributos que se destacam são: a capacidade de atender diferentes capitais e localidades (até as mais remotas no Brasil), reputação positiva no mercado e atendimento a clientes de operação parecida a nossa. A capacidade de adaptação a nossa realidade, dinamismo e o quanto o fornecedor é capaz de customizar suas entregas do processo ao uniforme, também são bastante valorizados”.

Projetos em andamento

No momento, estão planejando a casa nova na capital paulista para comportar o crescimento — um projeto de muita visibilidade para a área —, que tem envolvido os 99ers através das redes sociais internas da empresa. A resposta é diária, com muitas sugestões para o novo espaço.

“Os 99ers são bastante atuantes nas redes sociais internas. Postam novidades sobre o local de trabalho, ajudam com ações educativas, como uso consciente dos copos descartáveis, política de boa vizinhança nos toaletes e copa. Uma das coordenadoras de Facilities acumula a função de mídias sociais da nossa equipe. Temos um perfil onde nos posicionamos sobre cada publicação feita pelos 99ers que tenham relação com o espaço de trabalho. Postamos novidades e medimos visualizações e likes recebidos. Procuramos sempre engajá-los nas atividades e despertá-los para novas funções que possam exercer em prol das nossas pessoas, como é o caso da Brigada de Incêndio, alguns eventos que organizamos, área das bicicletas, pet day e por aí vai. Assim, eles passam a servir a empresa de outra maneira, como uma comunidade, onde cada um contribui um pouco para que mais pessoas usufruam com qualidade dos serviços e ambiente de trabalho. O resultado desse engajamento é a sensação de apropriação do espaço e sobre determinado assunto, e isso vai se disseminando na empresa. É como se a equipe de Facilities ‘levantasse a bola’ para eles ‘cortarem’ e conquistarem o ponto. Fica mais dinâmico e divertido para todos. O sucesso é garantido”, detalha Juliana.

Muita coisa, não é mesmo? Para dar conta de tudo isso, haja resiliência, observação, técnica e humor — qualidades que a Head de Facilities e Procurement tem de sobra! Como ela mesma diz: “O dia a dia de Facilities é tenso, não há profissional da área que diga o contrário. Então, o bom humor tem sido um aliado poderoso na minha carreira. Tratar com leveza os problemas que aparecem é essencial para o meu sucesso e da equipe nessa empreitada, já que a rotina não é feita de flores”. É esperar para ver outras e significativas conquistas.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


MILLICARE

Mais lidas da semana

Operações

Como transformar ciência em confiança para Facilities

Tecnologia, laudos, relatórios e método exclusivo: conheça a tecnologia e solução em higienização de superfícies têxteis que faz da MilliCare a parceira estratégica para líderes em Facilities

Carreira

Tecnologia, humanização e estratégia

Como Sonia Keiko está transformando o modelo de manutenção predial no Brasil

Carreira

Será que falta só mão de obra? Ou será que falta gente que cuida de gente?

Uma gestão que vai muito além da manutenção, ela começa com empatia e respeito a equipe dos bastidores

Mercado

Temon Serviços aposta em IA e bônus por assiduidade para engajar colaboradores

Líder na manutenção dos maiores edifícios comerciais do país, empresa amplia investimento em Recursos Humanos e se alinha às transformações do setor

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Pessoas, espaços e dados: nova rotina na gestão de Facilities da Roche

Da horta colaborativa ao projeto K6, inovação e propósito movem a área de operações

Revista InfraFM

20º Congresso e 12ª Expo InfraFM 2025

A 12ª Expo e o 20º Congresso InfraFM consolidam o posto de maior encontro do setor na América Latina. Três dias de evento, 165 palestras pulsando inovação e conteúdo estratégico, 136 expositores e 5 patrocinadores.

Revista InfraFM

11º Prêmio Indicados InfraFM 2025

O reconhecimento que move e inspira o setor do Facility, Property & Workplace Management

Revista InfraFM

Expo InfraFM 2025 é onde o futuro da gestão acontece

O Expo Center Norte foi palco da maior reunião de soluções, ideias e conexões para o setor de Facility, Property e Workplace Management da América Latina. A 12ª Expo InfraFM reuniu 136 expositores que mostraram, na prática, como tecnologia, sustentabilidade e inteligência de dados estão redesenhando

Revista InfraFM

Por que o esg da Globo deveria estar no seu radar?

O Relatório ESG 2024 da Globo destaca avanços na agenda ambiental da empresa.

Revista InfraFM

Infraestrutura sob controle e os bastidores do Facility Management na cart

Por dentro da operação que garante eficiência, segurança e sustentabilidade em mais de 400 km de rodovias

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP