19º Congresso InfraFM
 

Sua empresa avalia a efetividade do compliance sob a ótica dos colaboradores?

Por Jefferson Kiyohara* e Antonio Carlos Hencsey**

 

É fato que nos últimos anos muitas empresas buscaram promover uma cultura ética organizacional. Muitas delas, antes mesmo do Brasil ter uma lei anticorrupção. Tal cultura ajuda na atração e retenção de talentos, fortalece o relacionamento com os stakeholders, reduz a incidência de fraudes e de crimes financeiros promovendo relações comerciais mais éticas e fortalecendo a imagem da empresa no mercado. 

Com o advento da Lei Empresa Limpa (n. 12.846/13) e a Operação Lava Jato, o movimento de estruturação de programas de compliance ganhou força no Brasil. A adoção de práticas como o código de ética e conduta, o canal de denúncias ou o comitê de ética, que já existiam em muitas empresas brasileiras e estrangeiras, passaram a ser praticamente obrigatórias na busca das melhores atividades corporativas visando diferenciais competitivos.

O compliance, cada vez mais, passa a fazer parte de um número significativo de empresas, porém poucas se perguntam qual a efetividade e o grau de maturidade dos programas implantados. É praticamente impossível administrar o que não se conhece e, nas empresas, um conhecimento dessa magnitude e complexidade, exige indicadores.

Mas não se trata de ter indicadores de gestão do programa como, por exemplo, qual o percentual de colaboradores treinados ou quantas ligações foram realizadas para o canal de denúncias. Trata-se de uma auditoria de cultura de compliance. Esse processo responde qual a efetividade de um programa, não sob a ótica dos executivos ou compliance officers, mas sim no ponto de vista dos colaboradores. Por isso ela é tão valiosa para a gestão de um programa efetivo.

Tal auditoria sustenta-se nos seguintes fatores e permite uma visão profunda do nível de aplicabilidade e maturidade do compliance organizacional: avaliação dos normativos e ferramentas existentes, avaliação de entendimento e retenção por parte dos colaboradores e qual a percepção e confiança no programa. Há ainda metodologias mais evoluídas que contemplam também a questão de crenças e valores que motivam ou geram resistências à aderência dos colaboradores.

Com os resultados da auditoria de cultura de compliance, os gestores do programa conseguem tomar decisões de modo cirúrgico: quando rever determinado normativo, quais treinamentos devem ser realizados e para quais colaboradores ou unidades de negócio, além de, por exemplo, mapear se a comunicação dos valores corporativos está adequada ou precisa de ajustes dependendo do público que a recebe. Esse processo permite também identificar como a empresa vem conseguindo trabalhar choques culturais com a utilização do canal de denúncias ou outros recursos que evitem a conivência diante de ações contrárias às normas e que possam trazer danos à organização. 

Para ter um programa efetivo de compliance, a empresa deve ir além do tradicional. O fomento de uma cultura ética corporativa só é possível com o apoio, a compreensão e a prática dos colaboradores e parceiros. Fortalecer esse elo é fundamental para atingir um patamar de excelência, em especial, no cenário atual que demanda relações sustentáveis.

*Jefferson Kiyohara é líder da prática de riscos e compliance.

**Antonio Carlos Hencsey é líder de prática de ética e compliance, ambos da Protiviti, consultoria global especializada em Gestão de Riscos, Auditoria Interna, Compliance, Gestão da Ética, Prevenção à Fraude e Gestão da Segurança.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


Valdireni Crippa

Mais lidas da semana

Operações

Como a indústria pode se beneficiar das novas tecnologias?

Facility Managers da Bosch e Eurofarma compartilham cases de otimização e eficiência energética no RL Conecta.

Carreira

Nova especialista em FM da Raízen começou a carreira em alimentação

Conheça a trajetória de Aline Cardoso Amá e garanta insights sobre transição de carreira.

UrbanFM

Por que pensar na experiência do usuário? De biblioteca a planejamento urbano

Como arquitetura impacta o comportamento humano para além das paredes dos prédios. Garanta insights sobre projetos personalizados e criação de espaços urbanos de alta qualidade.

Operações

Como um pequeno dispositivo pode acabar com ruídos operacionais e prever afastamentos

Novas soluções podem revolucionar o mercado de Facilities Services.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

25 anos de inovação em FM e minha caminhada com a InfraFM

Aleksander Correa Gomes, Facility Manager na IBM, compartilha como entrou para o universo de FM.

Revista InfraFM

Um caminho gratificante e desafiador em 24 anos na CBRE

Alessandro do Carmo, General Director na CBRE, compartilha desafios da jornada de mais de duas décadas em multinacional.

Revista InfraFM

O Facilities Management como meio de cuidado e de segurança aos pacientes

Alexandre Abdo Agamme, gerente de Infraestrutura do Hospital Edmundo Vasconcelos, fala sobre experiência no segmento hospitalar.

Revista InfraFM

Como a escuta ativa das equipes eleva o desempenho de FM acima dos números

Ana Paula Cassago, especialista em Facility e Workplace Management na JLL, destaca importância da formação de lideranças no setor.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP