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Eficiência energética e tratamento de resíduos e efluentes

São bandeiras da ABESCO e ABETRE

Notícia publicada em 6 de junho de 2019

Por Léa Lobo

Desde a edição passada, a INFRA está conversando com os Presidentes de algumas Associações que, de forma direta ou indireta, têm sinergia com o mercado de Facilities Management. Na edição anterior, apresentamos quatro delas: a Associação Brasileira de Provedores de Serviços de Apoio Administrativo (Abrapsa), a Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática (Abeprest), a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), e a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). Agora, o leitor acompanha mais sobre a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) e a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre).

Eficiência energética

ABESCO

Fundada em 1997, a Abesco é uma entidade civil sem fins lucrativos que representa oficialmente o segmento de Eficiência Energética brasileiro. Composta por empresas de diversas áreas, a entidade tem o objetivo de fomentar e promover ações e projetos para o crescimento do mercado de Eficiência Energética, beneficiando não somente seus associados, mas também a sociedade, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do País. A Eficiência Energética busca proporcionar meios para se produzir mais com a menor quantidade de energia.

Muitas empresas, sejam elas do setor industrial ou comercial, têm optado, ao longo dos últimos anos, em reduzir custos com diminuição do quadro de funcionários, matéria-prima, entre outros fatores inseridos na cadeia produtiva. No entanto, isso nem sempre é a melhor opção. “Nós acreditamos que as companhias podem manter a mesma quantidade de colaboradores e ainda aumentar o volume de negócios por meio de ações de Eficiência Energética. Principalmente em momentos de instabilidade econômica, é possível dar início a esse processo, já intrínseco em muitas empresas, promovendo mudanças simples no ambiente corporativo e fabril. A troca de lâmpadas tradicionais pelas de LED é um exemplo clássico e que muitas já adotam de primeira, com um resultado visível”, pontua o Presidente da entidade, Alexandre Moana.

A Eficiência Energética ainda pode ser aplicada inicialmente a partir da análise de maquinários e processos internos. No caso de uma indústria, por exemplo, há a possibilidade de trocar máquinas antigas por mais novas, consequentemente, mais eficientes e que vão trabalhar melhor e utilizar menos energia. “As empresas e indústrias precisam quebrar paradigmas de gestão, passando a focar em energia, uma vez que, quase 60% do uso final dela no setor industrial, é destinado a motores, ou seja, equipamentos”, atenta Moana.

Em recente pesquisa divulgada pelo Procel Info – Centro Brasileiro de Informação e Eficiência Energética, concluiu-se que, no Brasil, a participação dos gastos das indústrias com energia elétrica varia entre 5% e 30% das despesas operacionais, assim a média ponderada dessa distribuição indica que os gastos energéticos representam cerca de 12% sobre o total das despesas operacionais.

A partir da implantação de ações de Eficiência Energética, a tendência é que gestores passem a contabilizar reduções significativas no consumo energético a médio e longo prazo. “Esse processo de medição do desempenho energético não deve parar, é contínuo e melhora a operação da empresa como um todo”, completa o Presidente da Abesco.
Ao considerar um número conservador de eficiência na ordem de 30%, então aquela despesa que representava 12% sobre o total das despesas operacionais, será reduzida para aproximadamente 8,5%. Uma redução de 3,5% nas despesas operacionais, com reflexos diretos no EBTIDA.

Moana ainda explica que a Eficiência Energética difere do que muita gente ainda acredita. “Adotar uma medida eficiente, não quer dizer exatamente que poupará energia. Por meio da medida, o desperdício de energia diminuirá e, de quebra, irá produzir mais. Logo, pode aumentar o faturamento da empresa em virtude desse aumento de produção”.

Tratamento de Resíduos e Efluentes

ABETRE

Tendo como foco a valorização de resíduos: ambiental, econômica e social, a Abetre é a entidade de classe que representa as empresas especializadas no tratamento e na destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos. Fundada em 1997, congrega as principais empresas do setor, onde as unidades operacionais de destinação de suas associadas e coligadas representam cerca de 25% das plantas em operação, 60% do segmento de resíduos urbanos e 80% do segmento de resíduos industriais.

Essa infraestrutura oferece diversificadas tecnologias de proteção ambiental, compreendendo a disposição em aterro, coprocessamento, recuperação energética, incineração, descontaminação e recuperação de materiais, reciclagem, manufatura reversa, compostagem e outros tratamentos térmicos ou biológicos. Com instalações e operações devidamente licenciadas pelos órgãos ambientais, todas as associadas têm sua atuação pautada pelo estrito cumprimento da legislação e pelas práticas ambientalmente mais adequadas.

Para o Presidente da Abetre, Luiz Gonzaga Alves Pereira, hoje, um dos grandes entraves para a melhoria da gestão de resíduos no Brasil está no desinteresse dos governos municipais sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), assinada em 2010, que tem como um dos objetivos erradicar os lixões e já estamos em 2019 e nada aconteceu. “A capacidade dos lixões é infindável, a questão é que o lixo que escoa para qualquer lugar, vai para o mar, para o meio ambiente. É importante lembrar que um aterro sanitário é uma obra de engenharia, tem um valor agregado mas é barato pelo que economiza em saúde pública; é preciso fazer bem feito, porque se não, há contaminação do lençol freático, dos cursos de água, contaminação de nascentes etc.”.

“A PNRS de 2010, que venceu o prazo para regulação em 2014, está parada. Em 2015, um dos senadores da República entrou com um projeto para postergar o cumprimento final das medidas estabelecidas em 2010. O projeto ficou parado. Felizmente a entidade trabalhou para que isso não acontecesse, entretanto sem sucesso. Essa paralisação do projeto é um retrocesso, é um desserviço para o País. Na primeira quinzena de abril, uma medida extremamente demagógica do Congresso Nacional, através de suas lideranças, acolhendo a marcha dos prefeitos, mandou levantar tudo quanto era projeto em favor dos municípios, entre os quais a PNRS, e colocou sua tramitação em regime de urgência, para a qualquer momento ser aprovada postergando os prazos”, alerta o Presidente da Abetre.

Segundo Luiz Gonzaga, o não atendimento as diretrizes da PNRS, significa que vamos ter postergações dos lixões no país, ou seja, estamos voltando ao século passado no quesito de gestão de resíduos sólidos, tudo resultado da continua ineficiência de gestão de vários municípios, porque o dinheiro é muito mal-usado, sem a menor responsabilidade do poder público. “O discurso é que não há recursos. É porque o prefeito não tem dinheiro. Não tem recurso porque não quer ou não sabe gerenciar para o que é realmente necessário. Nós da entidade alertamos há mais de dez anos que é preciso resolver a questão, por ser um serviço de limpeza pública, de saúde das pessoas. É preciso que a população pague, como já paga por telefone, por água, por luz, por esgoto sanitário. Se o cidadão paga, às vezes, por três ou quatro linhas telefônicas, ele deve pagar pelo escoamento e tratamento do lixo. Eu não gosto da palavra ‘lixo’, porque lixo é uma coisa deprimente; gosto de falar de ‘resíduos’, pois o resíduo, dentro de uma estrutura rigorosamente simples, pode se tornar uma resposta em dinheiro”, desabafa Pereira.

O Presidente destaca ainda que pesquisas já confirmaram que quando se investe um dólar no serviço de limpeza urbana, economizamos quatro dólares em saúde pública. Portanto, postergar a questão do gerenciamento de resíduos é ser conivente com o aumento dos problemas de saúde da população brasileira e a ampliar os custos da mesma para os cofres públicos. Enfim, o que falta é visão de longo prazo para a temática de resíduos na gestão de vários prefeitos omissos e no País, como um todo.

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